O arquitecto foi responsável pelos projectos de três estações do Metro do Porto e por vários complexos de habitação social na área metropolitana da cidade.
– Publicado el 14 de septiembre de 2014 en diario PUBLICO de Portugal –O arquitecto foi responsável pelos projectos de três estações do Metro do Porto e por vários complexos de habitação social na área metropolitana da cidade.
– Publicado el 14 de septiembre de 2014 en diario PUBLICO de Portugal –
Catarina Moura | João Álvaro Rocha, arquitecto com um vasto trabalho na área da habitação social e colectiva, morreu este sábado, aos 55 anos, com cancro.
Com 32 anos de carreira, João Álvaro Rocha desenvolveu grande parte do seu trabalho na área metropolitana do Porto – foi o arquitecto dos projectos de habitação social do Lugar do Outeiro (1999) e da Rua da Bajouca (2001), ambos na Maia e, em 2004, na Rua da Seara, em Matosinhos. Mais recentemente assinou complexos habitacionais como o de Fafe, em 2008, e o de Penela, em Coimbra, em 2012.
Foi com o projecto de habitação social em Matosinhos que ganhou em 2005 o Prémio de Arquitectura Vale da Gândara, promovido pela Ordem dos Arquitectos. Na altura, disse em entrevista que “o facto de [este prémio] ter sido atribuído a uma obra de habitação social, um tipo de projecto que normalmente é desvalorizado pelas entidades oficiais e pela opinião pública porque não é ‘espectacular’, nem mediático” era muito importante para si.
Para lá das “valias estéticas”, João Álvaro Rocha queria chegar a um “gesto de urbanidade”: “coeso na sua forma de se relacionar com o território e que se constitua num simples, mas verdadeiro, suporte à vida das pessoas. É este o sentido de transformação que historicamente tem caracterizado toda a grande arquitectura”, escrevia a propósito de um dos projectos sociais na Maia, onde tinha o seu atelier.
Autor de três estações do Metro do Porto, todas elas na Maia, quis que esses trabalhos não fossem vistos isoladamente, mas que contribuíssem para o projecto urbano da cidade. “As intervenções realizadas no âmbito do Metro do Porto deverão ser entendidas neste quadro, nesta vontade que assumimos em enfrentá-las como se fossem um único projecto, em que o desenho teve que saber ultrapassar os limites físicos de cada uma para assim se poder ‘construir’ cidade”, escrevia entre 2001 e 2007, a propósito do projecto.
Esteve também envolvido no planeamento do Parque Urbano da Quinta da Gruta, na Maia, tendo sido responsável pela renovação do palacete desse parque, em 2001, o que exigiu, dizia, “uma quase ‘arqueologia’ do lugar” devido às sucessivas intervenções que o edifício sofreu ao longo dos anos, sem que houvesse entre elas qualquer relação.
Para além da sua actividade como arquitecto, esteve também muito ligado ao ensino: professor da Faculdade de Arquitectura na Universidade do Porto durante 11 anos, passou também por escolas nos Estados Unidos, França, Espanha ou Itália – actualmente era professor na Escola Superior de Arquitectura de Navarra, em Espanha, e professor convidado na Università degli Studi di Cagliari, em Itália.
Catarina Moura | João Álvaro Rocha, arquitecto com um vasto trabalho na área da habitação social e colectiva, morreu este sábado, aos 55 anos, com cancro.
Com 32 anos de carreira, João Álvaro Rocha desenvolveu grande parte do seu trabalho na área metropolitana do Porto – foi o arquitecto dos projectos de habitação social do Lugar do Outeiro (1999) e da Rua da Bajouca (2001), ambos na Maia e, em 2004, na Rua da Seara, em Matosinhos. Mais recentemente assinou complexos habitacionais como o de Fafe, em 2008, e o de Penela, em Coimbra, em 2012.
Foi com o projecto de habitação social em Matosinhos que ganhou em 2005 o Prémio de Arquitectura Vale da Gândara, promovido pela Ordem dos Arquitectos. Na altura, disse em entrevista que “o facto de [este prémio] ter sido atribuído a uma obra de habitação social, um tipo de projecto que normalmente é desvalorizado pelas entidades oficiais e pela opinião pública porque não é ‘espectacular’, nem mediático” era muito importante para si.
Para lá das “valias estéticas”, João Álvaro Rocha queria chegar a um “gesto de urbanidade”: “coeso na sua forma de se relacionar com o território e que se constitua num simples, mas verdadeiro, suporte à vida das pessoas. É este o sentido de transformação que historicamente tem caracterizado toda a grande arquitectura”, escrevia a propósito de um dos projectos sociais na Maia, onde tinha o seu atelier.
Autor de três estações do Metro do Porto, todas elas na Maia, quis que esses trabalhos não fossem vistos isoladamente, mas que contribuíssem para o projecto urbano da cidade. “As intervenções realizadas no âmbito do Metro do Porto deverão ser entendidas neste quadro, nesta vontade que assumimos em enfrentá-las como se fossem um único projecto, em que o desenho teve que saber ultrapassar os limites físicos de cada uma para assim se poder ‘construir’ cidade”, escrevia entre 2001 e 2007, a propósito do projecto.
Esteve também envolvido no planeamento do Parque Urbano da Quinta da Gruta, na Maia, tendo sido responsável pela renovação do palacete desse parque, em 2001, o que exigiu, dizia, “uma quase ‘arqueologia’ do lugar” devido às sucessivas intervenções que o edifício sofreu ao longo dos anos, sem que houvesse entre elas qualquer relação.
Para além da sua actividade como arquitecto, esteve também muito ligado ao ensino: professor da Faculdade de Arquitectura na Universidade do Porto durante 11 anos, passou também por escolas nos Estados Unidos, França, Espanha ou Itália – actualmente era professor na Escola Superior de Arquitectura de Navarra, em Espanha, e professor convidado na Università degli Studi di Cagliari, em Itália.